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domingo, 3 de outubro de 2010

COMBATI O BOM COMBATE. FIZ A MINHA PARTE. AGORA É COM VOCÊS.

Em um sistema político eleitoral e partidário, corrompido em que as chances de eleição são limitadas a quem tem dinheiro, apresentei o meu nome como alternativa para os 30 milhões de cidadãos paulistas que escolhem neste domingo os 94 Deputados que comporão a Assembléia Legislativa do Estado.

Sem dinheiro, nem esquemas, com limitação enorme de material de campanha (já que a fartura de material tem a ver com a quantidade de dinheiro que o candidato tem prá gastar) defendi idéias, apresentei minha história e trajetória como um lutador social, desde 1.978, que nunca se rendeu nem nunca se curvou à vontade dos poderosos, dos manda-chuvas que reduzem a maioria do povo brasileiro à condição de cidadãos de segunda classe e são beneficiários de um sistema que faz com que o país ainda esteja na vergonhosa posição de ser um dos 10 mais desiguais do mundo.

Os negros e as mulheres, os pobres – e dentre os pobres os mais pobres que são os negros – tem suas vidas transformadas, quase sempre em um martírio de sacrifícios intermináveis, pelos baixos salários, pelo desemprego, pelas condições de moradia indignas, pela falta de acesso à educação de qualidade, pela violência e humilhações cotidianas.

Procurei demonstrar em palestras, reuniões e debates que, ao contrário do que reza a propaganda oficial marcada pelo ufanismo de que “tudo mudou”, que a realidade é outra. O Brasil não é um país pobre – tanto que devemos nos tornar a 5ª economia do mundo nos próximos anos – mas, desigual e profundamente injusto, e que a minha luta da vida inteira foi e continuará sendo por transformações profundas na sociedade, na perspectiva da redução radical da desigualdade social e busca da Justiça.

Desigualdade, que pode ser vista em toda a parte e lugar, inclusive, na campanha com o tempo desigual de partidos e candidatos para apresentar suas propostas no horário eleitoral gratuito do rádio e da TV. Eu, por exemplo, como tantos outros, não tive espaço nem tempo na TV, por decisões unilaterais de cúpulas partidárias, que violam a Lei eleitoral e transformam as organizações partidárias, sob esse modelo, em capitanias hereditárias.

Daí a urgência de um reforma política que garanta o financiamento público da campanha, o fim do voto obrigatório, candidaturas autônomas e mandatos revogáveis.

Denunciei e assumi compromissos com o fim do pedágio-ladrão – o mais caro do mundo – e com a defesa radical da equidade para negros, pobres e mulheres – em todos os espaços, inclusive no acesso à Educação, o que hoje ainda não acontece. A defesa da proposta que garante aos melhores alunos do ensino médio, o acesso direto à Universidade, é uma forma de fazer valer esse princípio, assim como a defesa de ações afirmativas em todos os espaços, não apenas na Educação, mas também no mercado de trabalho.

Minha missão foi cumprida e não posso deixar de agradecer imensamente o apoio, a solidariedade a ajuda de amigos queridos e companheiros de longa data. Primeiro, agradeço a minha companheira de vida – minha mulher Dolores. Sem o seu apoio não teria chegado até aqui.
Em segundo ao companheiro Emerson, do Cursinho Pré-Vestibular 20 de Novembro meu coordenador de campanha, e ao meu irmão Lourival (o Vovô Pirulito), que esteve sempre presente nas batalhas da vida toda.

Emerson foi um gigante na mobilização de pessoas e ativistas que hoje estarão nos pontos mais diversos de 18 cidades de S. Paulo, defendendo a nossa candidatura como forma de eleger, não mais um deputado, mas um Deputado que tem como proposta colocar o mandato a serviço da luta e das causas populares em S. Paulo e no Brasil.

Cumprimento ao Jackson, também do 20 de Novembro, incansável no trabalho de mobilizar pessoas e agradeço o espaço aberto para o debate na Educafro, na Fersol, e na Universidade Zumbi dos Palmares, respectivamente, pelo Frei David Raimundo dos Santos, Michel Haradom, e pelo reitor José Vicente, onde candidatos comprometidos com a igualdade puderam apresentar suas propostas.

Quero agradecer a todos que em todas as cidades, que por meio do Orkut, do Facebook, da Afropress, manifestaram o apoio e a solidariedade. Joelzito Araújo, nosso cineasta, Sônia Ribeiro, de Taubaté, João, de Bertioga, João Jorge, do Olodum, Miro Nunes, da Cojira/Rio, Marcos Rezende, do CEN (Coletivo de Entidades Negras/BA), Magno Lavigne, Secretário Nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Frei Leandro (ex-Educafro e Fórum SP da Igualdade), Oscar Cardoso, Doutor Eduardo Silva, da CONAD/SP, André Louro, da OAB/Cubatão, Januário, Isaque, da Pão da Vida, Maria Emília, Maria Inês, Carla, Rita (todas de Santo André) Neninho, Luzia, Vinícius, Elenice, Fafi, Douglas e Daniela, aos colegas de trabalho da Dolores, minha mulher, na Band, Record, SBT, Gazeta, e Record, e tantos outros - inclusive - os que preferiram ajudar no anonimato dos gestos e das palavras de carinho e apoio.

Aos amigos que doaram o básico, o mínimo, para que pudéssemos nos locomover para atender compromissos de campanha. Quero que saibam, que o que prá nós mais importou e importa foi e é o gesto solidário.

Combati – como sempre – o bom combate. Fiz a minha parte.

Agora é deixar que a vontade dos cidadãos livres se manifeste, votando.

Com vitória ou sem vitória, nossa luta vai continuar, mesmo porque. A nossa luta já é a vitória dos que não se rendem, não se calam, não se acumpliciam, nos que acreditam no povo brasileiro. Viva S. Paulo! Viva o Brasil! Viva o Povo paulista e brasileiro!

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